Ciro
José Tavares da Silva, nascido em Natal, a 25 de agosto de 1940, formou-se em
Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1964. De 1965 a 1980 militou na
imprensa, exerceu a advocacia e integrou os quadros funcionais da Esso
Brasileira de Petróleo e da Siderúrgica Açonorte, ocupando funções
Administrativas. Em 1981, estimulado por seus pais, abandona definitivamente
tarefas vinculadas a empresas, viaja à Europa e na volta retoma sua profissão
de advogado.
Durante
o Curso de Mestrado, que não concluiu por conta do ambiente de incompreensão
reinante na tradicional Faculdade pernambucana, teve aprovada sua monografia
(inédita) Da Arte e do Delito, pela cadeira de Criminologia.
Seus
primeiros passos literários datam de 1957/58, quando traduziu o poema “Come
live with Me And Be My Love”, do inglês Christopher Marlowe (inédita) e
escreveu o ensaio “Da Poesia Tovadoresca”, parcialmente publicado no jornal O
Curso.
Iniciou-se
efetivamente na literatura em 1987, publicando, a convite do jornalista Marcus
Prado, dois poemas na coluna Livros & Autores do jornal Diário de
Pernambuco. Um ano depois recebe o Prêmio Ladjane Bandeira de Poesia com o
livro “Além da Rosa-dos-Ventos”, posteriormente selecionado pela UBE, RJ para o
Prêmio Jorge de Lima de Poesia. Contudo sua publicação pela FUNDARPE, uma
semana antes da premiação, levou o autor a retirar sua inscrição, porquanto a
obra não mais correspondia ao espírito do certame, destinado a estreantes.
Paralelamente, na mesma ocasião, seu “As Elipses de Phoenix” credenciara-se
para o Prêmio Jorge Fernandes de Poesia, também da UBE, RJ. Atendendo
recomendações unânimes das Comissões Julgadoras, a entidade outorgou o
Horconcours ao poeta, duplamente vencedor.
A nível regional recebeu, duas
vezes, o Prêmio de Poesia Raymundo de Moraes, do Grêmio Cultural Ruben Van der
Linden e da Academia de Letras de Garanhuns (PE).Integrou diversas antologias
de poesias no Brasil e no exterior.
É membro da Associação Nacional de
Escritores (ANE), da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, Sócio
honorário da UBE/ RN e membro da Academia Cearamirinense de letras e Artes –
ACLA.
Além obras mencionadas, publicou o
livro de poesia Baladas e Moinhos e as biografias À Sombra do Tempo, sobre seu
pai, o cirurgião e professor de Medicina José Tavares da Silva, e a Sinfonia do
Outono, sobre a respeitável e centenária pessoa do Sr. João Paulo de Souza, um
dos ícones do comércio natalense. Resgatou, no livro Álbum de Versos Antigos, a
poesia de sua tia-avó Adelle de Oliveira, professora e poetisa do Ceará –
Mirim, reconhecidamente o maior nome feminino do parnasianismo potiguar. Em
2010 lançou o livro Anêmonas, também no campo da poesia. Integra diversas
antologias, em Brasília, São Paulo e Recife e escreveu artigos nos jornais de
Natal, e revistas culturais
Atualmente
residindo em Brasília é casado com a advogada e pedagoga Zuleide Teixeira e pai
de uma filha, Adele.
Impressões
SOBRE O AUTOR
Saúdo
em Ciro José Tavares o grande poeta que ele é, luminoso e trágico. Eliotiano,
Teilhardiano, tocado por todas as angústias e plenamente libertado do si mesmo.
Antonio
Carlos Villaça in Baladas e Moinhos
Foi
com a alegria de um reencontro feliz que li os originais de Baladas e Moinhos.
Neles reconheço a boa poesia de Ciro José Tavares. Uma poesia culta,
requintada, repleta de alusões a temas bíblicos e da mitologia grega.
Anderson
Braga Horta in Baladas e Moinhos
Nas
Elipses de Phoenix, Ciro questiona o tempo, fugidio e perpétuo, numa linguagem
imaginativa e faz de epopéias antigas e visões espaciais, roteiro para um
íntimo rememorar e transcendentes meditações sobre o destino humano.
Amélia
Sparano in As elipses de Phoenix
Nada
é estéril em seus poemas. Revela-se maior nas imagísticas, aliterações,
paralelismos, metáforas, elipses, zeugmas e tantos recursos estruturados na
oficina do Verbo, lapidados com engenho e artesania, brunidos na erudição
acumulada e alimentada pela imperiosa necessidade de absorver o sabor do saber
por saber.
Clair
de Mattos Santos in As Elipses de Phoenix
Através
de um intricado processo lingüístico o autor elabora sua obra meticulosamente,
verso por verso, palavra por palavra, cada qual se adequando ao justo espaço
que ocupa, sem explosões ou derramamentos. Numa escala sempre ascendente cada
verso eleva-se para alcançar com freqüência momentos de indiscutível beleza e
extrema sensibilidade.
Bartyra
Soares in Além da Rosa -Dos - Ventos
Antes
de tudo a poesia de Ciro José Tavares é o espelho de uma dolorosa e penetrante
consciência da condição trágica do homem ferido eameaçado de aniquilamento, do
qual os poetas não se libertam jamais. A voz do poeta, ordenada e criadora, é o
reflexo de um aprendizado longo das cousas ocultas, misteriosas, enigmáticas e
difíceis, como a beleza, que o autor cultiva na condição de leitor privilegiado
dos clássicos da poesia de expressão inglesa do século XIX, deles só perdurando
no seu engenho de lírcios afazeres a lembrança e a emoção que a sua passagem
desperta.
Marcus
Prado in Além da Rosa-dos-Ventos
“O
poeta é o homem de uma profissão que conhece todas as receitas de sua arte por
ter feito longamente seu aprendizado ao inscrever-se na escola dos mestres ....
(Mikel Dufrenne)” e os nomes dos clássicos da poesia universal em que o autor
afinou sua lira. E mais: a seriedade de Ciro nesse mister. Seriedade de que
carece a esmagadora maioria dos aspirantes a poetas, porquanto longe da
autocrítica apressados em aparecer e equivocados sobre o que seja de fato
poesia.
Joanyr
de Oliveira in Baladas e Moinhos
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